
as suas energias destrutivas o afetem. No início você investe as suas energias
positivas no amor; o casal combina as suas energias de modo positivo e as coisas
vão de vento em popa. Mas, depois, pouco a
pouco, as energias negativas começam a transbordar; você não pode
retê-las para sempre.
E depois que a sua
energia positiva chegou ao fim, a lua de mel termina e começa a parte negativa.
Então o inferno abre as suas portas e a pessoa não consegue entender o que está acontecendo.
Uma relação tão bonita, por que está indo por água abaixo?
Se a pessoa está alerta desde o início, é possível salvar a
relação. Derrame sobre ela as suas
energias positivas, mas lembre-se de que cedo ou tarde o negativo começará a vir
à tona. E quando o negativo começa a aparecer, você precisa liberar a energia negativa quando estiver
sozinho.
Tranque-se num quarto e dê vazão a toda essa
energia; não há necessidade de despejá-la sobre a outra pessoa. Se quiser gritar
alto e ficar com raiva, entre num quarto e feche a porta — grite, fique furioso, bata num travesseiro.
Pois ninguém deve ser tão violento a ponto de atirar coisas nas outras pessoas.
Elas não fizeram nada contra você, então por que você deveria atirar coisas
nelas?
É melhor atirar tudo o que é negativo numa lata
de lixo. Se se mantiver alerta, você se surpreenderá ao ver o que pode ser
feito; e depois que o negativo for liberado, o
positivo voltará a transbordar. O negativo só pode ser liberado na
companhia do parceiro numa etapa posterior do relacionamento, quando ele já
estiver muito bem estabilizado.
E mesmo assim, isso só deve ser feito como
medida terapêutica. Só depois que os parceiros
de uma relação estiverem muito alertas, muito positivos, consolidados
num único ser e capazes de tolerar — e não apenas tolerar mas usar a
negatividade do outro —, eles podem concordar em que já está na hora de serem
negativos juntos também, como medida
terapêutica.
Nesse caso, também, a minha sugestão é que
deixem que isso seja algo muito consciente, não inconsciente; deixem que seja
muito deliberado. Façam um acordo de que, toda
noite, durante uma hora, vocês serão negativos um com o outro — façam disso um
jogo —, em vez de serem negativos em qualquer lugar, a qualquer
hora.
Porque as pessoas não são muito alertas —
durante 24 horas elas não são —, mas durante uma hora vocês podem se sentar
juntos e serem negativos. Aí será um jogo, será como uma terapia em grupo! Depois de uma hora, vocês
dão a coisa por encerrada e não levam mais nada adiante, não deixam que isso
interfira no seu relacionamento.
O primeiro passo: o negativo deve ser
extravasado quando você estiver sozinho. O segundo passo: o negativo deve ser
extravasado num determinado horário, com o acordo de que ambos liberarão o
negativo. Só no terceiro estágio vocês dois podem ser realmente
naturais, pois não haverá receio de prejudicarem o relacionamento ou
se magoarem. A essa altura, vocês poderão ser positivos e negativos, e ambos têm
a sua beleza, mas só no terceiro estágio.
Num determinado ponto do primeiro estágio, você
começará a sentir que agora a raiva não irrompe mais. Você se sentará diante do
travesseiro e a raiva não tomará conta de você. Isso leva alguns meses, mas um
dia você descobre que ela não está mais fluindo, passou a não ter mais sentido,
você não consegue mais ficar com raiva
sozinho. Nesse ponto
termina o primeiro estágio.
Mas espere até que a outra pessoa também sinta
se o primeiro estágio chegou ou não ao fim. Se o primeiro estágio do parceiro
também estiver completo, então o segundo estágio começa. Então, por uma ou duas
horas — seja de manhã ou à noite, você decide — você estabelece um horário para expressar os seus sentimentos negativos
deliberadamente.
Faça isso como se fosse um psicodrama, de
modo impessoal. Você não precisa ser
agressivo — você descarrega o que sente, mas não sobre a pessoa. Na verdade,
você está simplesmente extravasando a sua negatividade. Não está acusando o
outro, não está dizendo, “Você é ruim!”; está simplesmente dizendo, “Eu estou
achando você ruim!” Não está dizendo, “Você me ofendeu!”; está dizendo, “Eu me
senti ofendido!”
Isso é totalmente diferente, é um jogo deliberado; “Eu estou me sentindo
ofendido, por isso descarrego em você a minha raiva. Você é a pessoa mais
próxima de mim, por isso me serve de desculpa”. E o outro faz o
mesmo.
Chegará um momento em que, mais uma vez, você
descobrirá que essa negatividade deliberada não funciona mais. Vocês se sentam
juntos durante uma hora e nada vem à tona em
você, nem no seu parceiro. Então o segundo estágio está
acabado.
Agora vem o terceiro estágio, e o terceiro
estágio dura a vida toda. Agora vocês estão prontos para serem positivos ou negativos à medida que
esses sentimentos aflorarem; vocês podem ser
espontâneos.
É assim que o amor se torna um relacionar-se, torna-se uma
qualidade do amar, torna-se o estado natural do seu ser.
“A Essência do Amor: Como Amar Com Consciência e Se Relacionar Sem
Medo”
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